sexta-feira, 6 de agosto de 2010

As surpresas da Rotina

De que rotina são feitas as frases? Se por cada ponto outro se seguisse, sem intermezzos ou intervalos coloridos, pontos fariam a reticência silenciosa; o que seria da prosa sem virgulas, exclamações ou interrogações? O tom das coisas perder-se-ia na rotina nuclear do ponto final, do silêncio infinito. Mas um ponto não é sem o outro, uma frase não é sem o fim do ponto final e muitas vezes da antecedência de outro, das frases completam-se pontuações, tons e cores que criam a surpresa após cada ponto, cada oração, cada formalidade rotineira. São as rotinas de surpresas textuais que fazem da nossa actividade aquilo que ela é; que a torna surpreendente de cada vez que a vemos, de cada vez que a vivemos, de cada vez que nos surpreendemos.



Imagem e Edição: António Alexandre Silva
PIC's e amigos: Sérgio Leal, Raimundo Casinhas, Manuel Vistas, comparsas anónimos de Tires
Música: Nothing is Good Enough - Aimee Mann
Equipamento: Canon MV830i

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